sábado, 27 de outubro de 2007

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Sri Damodarastakam por Gurudeva

Tridandisvami Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Maharaja

[De uma série de palestras sobre a canção Sri Damodarastakam]
Vrndavana, India: 1996

Respeitáveis leitores do Harikatha,
Por favor, aceitem nossas humildes reverências. Todas as glórias a Sri Guru e Gauranga.

O mês de Kartika (Out-Nov) revela um dos mais significativos festivais devocionais do ano Gaudiya Vaisnava. Durante a duração deste mês, ocorre um programa especial de adoração a Sri Krsna em Sua Damodara-lila, na qual Ele é amarrado com uma corda pela Sua mãe, Yasoda. Por esta razão, este mês é também conhecido como o mês de Damodara.

A bela prece relacionada a este mês, "Sri Damodarastakam", o qual foi falado numa época antiga por Sri Satyavrata Muni em uma conversa com Sri Narada Muni e Saunaka Rsi e que aparece no Padma Purana, é cantada de manhã e de noite durante todo o mês de Damodara.

As palestras eruditas de Srila Narayana Maharaja sobre os múltiplos níveis de compreensão acerca de Damodara-lila e do "Sri Damodarastakam" têm nutrido e elevado os devotos por muitos anos durante o mês de Kartika. Embora os diferentes tópicos e pontos do siddhanta sejam repetidos todos os anos, as compreensões sublimes de Srila Narayana Maharaja dão a cada palestra seu próprio ponto de vista sutil, provendo perspectivas cada vez mais profundas. Srila Narayana Maharaja quer que abracemos e processemos estas mensagens no fundo de nosso coração.

Centenas de almas afortunadas estão reunidas atualmente em Sri Vrndavana-dhama com Srila Narayana Maharaja, visitando diariamente os muitos locais dos passatempos de Sri Sri Radha e Krsna no Vraja-mandala parikrama. As belas palestras Srila Narayana Maharaja ocorrem todas as manhas e noites destes dias repletos de parikrama, assim, não temos tempo para prepará-las para publicação. Desta forma, por favor, fique feliz por receber uma série de palestras dadas por Srila Narayana Maharaja nos Kartikas anteriores.

Nestes últimos anos ele falou em Hindi e seus discípulos traduziram para o Inglês. Estas palestras que vocês estão recebendo foram faladas por ele em Inglês. Elas foram especialmente saborosas e nutritivas na época em que foram proferidas, assim permanecendo ainda hoje em di.

Nós oramos para que vocês desfrutem do que sesegue:]


namamisvaram sac-cid-ananda-rupam
lasat-kundalam gokule brajamanam
yasoda-bhiyolukhalad dhavamanam
paramrstam atyan tato drutya gopya


Nós temos explicado o comentário de Srila Sanatana Gosvami para o 1º verso do Sri Damodarastakam.

No décimo canto do Srimad-Bhagavatam, as gopis dizem para Sri Krsna: "Abandonamos nosso pati-vrata-dharma (dever de castidade em relação aos nossos maridos). Nós viemos até Você, tendo abandonado nossos relacionamentos com nossos maridos e familiares. Abandonamos tudo para vir até Você, e agora Você nos diz que teremos que ir para o inferno por isto?! De acordo com o dharma (códigos religiosos), a esposa deve apropriadamente honrar seu marido, seja ele manco, pobre ou tenha qualquer outro tipo de aflição; mas nós abandonamos nossos maridos e viemos para Você. Não pensamos que teremos que ir para o inferno, mas se tivermos que ir, Você também terá que ir. Por que Você assumiu uma forma tão bela e por que toca Sua flauta tão docemente?”

“Pensamos que, o que falar de qualquer mulher, não há ninguém em todo este mundo cujos sentimentos ou dharma não sejam mudados ao ouvir o doce som de Sua flauta. A natureza de todas as criaturas, animais, pássaros e mesmo dos rios e montanhas, se transformam ao ouvir Sua flauta. Portanto, nós não somos culpadas. Nós não somos as ofensoras; Você é o único ofensor porque tem uma face e qualidades tão belas. Você toca a flauta de tal modo encantador; assim, Você é a parte culpada e não nós.”

Sri Krsna é tão belo. O Senhor Narayana em Vaikuntha é muito belo, Sri Ramacandra é ainda mais belo do que Narayana e Sri Krsna de Dvaraka e Mathura é mais belo que Ramacandra. Contudo, quando Krsna aparece como Vrajendra-nandana e está na companhia das gopis, Ele é o mais belo de todos. É dito no Srimad-Bhagavatam que quando Krsna está com as gopis, Ele se torna manmatha-manmathah, aquele que atrai o Cupido. Nem Dvarakadisa Krsna nem Krsna em Vaikuntha é manmatha-manmathah. Nanda-nandana Krsna, especialmente quando Ele encontra-Se com as gopis, tem uma beleza sem paralelos. É somente com as Vraja gopis que Ele carrega Sua flauta. Quando Ele está com Satyabhama ou Rukmini como Mathuradisa ou Dvarakadisa Krsna, Ele não possui a flauta.





"Assim, não somos culpadas” - as gopis disseram, “Se alguém é culpado, é a Sua face, Sua beleza e Sua doçura. Todas estas são a aprte culpada mas não nós."

Quando Krsna desapareceu desta Terra e entrou em aprakat-lila (Seus passatempos imanifestos) em Goloka Vrndavana, Uddhava sentiu profunda separação [saudade] dEle. Seguindo a ordem de Krsna, Uddhava foi se encontrar com Vidura e Maitreya em Badrika-asrama. Ao se aproximar de Vraja, ele encontrou-se com Vidura às margens do doce rio Yamuna. Ao ver Vidura, ele começou a chorar, rolando no chão com lágrimas fluindo de seus olhos. Vidura estava confuso sem entender o que estava acontecendo.

Chorando em sua profunda separação de Sri Krsna, Uddhava começou a falar para Vidura: “Krsna nos enganou. Ele foi para Goloka Vrndavana." Uddhava falou para Vidura sobre o caráter e vida de Krsna, começando pelos anos da infância. Ele relatou tantos passatempos de Sri Krsna e, especialmente, descreveu a beleza de Sua forma:


yan martya-lilaupayikam sva-yoga-
maya-balam darsayata grhitam
vismapanam svasya ca saubhagarddheh
param padam bhusana-bhusanangam



["O Senhor apareceu no mundo mortal através de Sua potência interna, yogamaya. Ele veio em Sua forma eternal, que é adequada para Seus passatempos. Estes eram maravilhosos para todos, mesmo para aqueles orgulhosos da própria opulência, incluindo o Senhor Ele mesmo em Sua forma como o Senhor de Vaikuntha. Assim, o corpo transcendental de Sri Krsna é o ornamento de todos os ornamentos" (Srimad-Bhagavatam 3.2.12).



Sri Krsna veio a este mundo abrigando-Se em yogamaya. Ele diz no Bhagavad-gita:


naham prakasah sarvasya
yoga-maya-samavrtah
mudho 'yam nabhijanati
loko mam ajam avyayam

["Nunca Me manifesto para os tolos e sem inteligência. Para eles Eu estou coberto pela Minha eterna potência criativa; e também para os iludidos que não Me conhecem. Eu que sou não nascido e infalível" (Bhagavad-gita 7.25)].



Quando Krsna aparece neste mundo Ele está sempre coberto pela Sua potência yogamaya e, portanto, as pessoas comuns não compreendem que Ele é a Suprema Personalidade de Deus. Nós estamos situados na plataforma de maya, ilusão. Mesmo quando estamos fisicamente presentes em Mathura-dhama ou Vraja-Mandala, não estamos verdadeiramente nestes dhamas (locais sagrados dos passatempos do Senhor). Isto, é claro, não se aplica aos Vaisnavas puros. Ninguém pode ver Sri Krsna ao menos que tenha devoção pura.


premanjana-cchurita-bhakti-vilocanena
santah sadaiva hrdayesu vilokayanti
yam syamasundaram acintya-guna-svarupam
govindam adi-purusam tam aham bhajami

As personalidades santas, cujos olhos da devoção estão untados como bálsamo de prema, sempre vislumbram Sri Krsna em seus corações como Syamasundara, a personificação de qualidades inconcebíveis. Adoro esta personalidade original, Govinda. (Sri Brahma-samhita Verse 38)



Aqui o Senhor Brahma está dizendo que o Senhor Krsna realiza Seus passatempos neste mundo com o objetivo de atrair as jivas para a execução de serviço amoroso para Ele.

Krsna apareceu neste mundo sob o abrigo de yogamaya, Sua eterna potência criativa. Como foi isto? Quando Ele vem a este mundo, Ele ordena Sua potência yogamaya que providencie tudo. Seu nome, forma, beleza, qualidades, associados e passatempos são todos sat-cit-ananda.

No momento da prakat-lila de Sri Krsna, Sua manifestção neste mundo, todas as trepadeiras, árvores e tudo mais relacionado aos Seus passatempos eram sac-cit-ananda. Embora Duryodhana e outros como Ele estivessem neste mundo na época de Krsna, Eles não eram sat-cit-ananda.

Ao aparecer neste mundo, Sri Krsna ordena Sua potência yogamaya que planeje Seus passatempos. Com a ajuda de yogamaya, Ele Se surpreende quando vê a Si mesmo. Certa vez Ele estava brincando ao redor das colunas cravejadas de jóias de Sua casa, Nanda Bhavan. Ele era um menininho nu, com um punhado de manteiga em Sua mão. Quando Ele viu Seu reflexo na coluna de jóias, acreditando ser um outro menino, Ele ficou surpreso e pensou:“Quem é este garoto bonito? Quero fazer amizade com Ele.” Ele ofereceu Sua manteiga para o reflexo, dizendo: "Aqui, por favor prove esta manteiga." Mas o reflexo também ergueu a mão e disse: "Aqui, por favor prove esta manteiga."

Sri Krsna ralhou com o reflexo dizendo: "Por que você está repetindo Minhas palavras e gestos?” E Seu reflexo simplesmente copiou ralhando com Ele também. Confuso Ele pensou: "Vou dar uma palmada neste menino.”

Mãe Yasoda, batendo coalho nas proximidades, observava o menino brincando com Seu reflexo no pilar. Ao ver Sua mãe observando-O, Ele ficou envergonhado e correu para o colo dela, escondendo-se dentro das roupas dela.

Naquele momento Ele pensou: "Como Eu sou belo! Como posso saborear Minha beleza neste mundo e também em Goloka Vrndavana? Somente Srimati Radhika pode saborear por completo Minha beleza, assim, desejo pegar emprestado o sentimento dEla e prová-lo.” O próprio Sri Krsna, o que falar de outros tais como veados e de outras criaturas da floresta, torna-Se encantado ao ver Sua própria face que é doce, fragrante e macia.

Krsna não é somente extremamente belo, mas também o são todos os Seus associados. Todos são sat-cit-ananda e O ajudam em Seus passtempos. O Senhor Ramacandra tem Seus próprios associados, o mesmo é verdade para Dvarakadisa Krsna e Laksmi-Narayana. Dentre os associados de Ramacandra - Hanuman, Sita e Laksman - Hanuman é o mais elevado servo. Ele tem a forma de um macaco mas ainda assim ele é tão bonito. Sri Narada Muni é o associado de Laksmi-Narayana. Satyabhama e todas as rainhas de Dvaraka bem como o Primeiro Ministro Uddhava são Seus associados em Dvaraka. Ramacandra e Dvarakadisa Krsna e Seus associados são bonitos, mas a beleza de Sri Krsna é incomparável quando Ele está na companhia das belas Vraja gopis.

É somente em Vrndavana que Sri Krsna toca Sua flauta e em mais nenhuma outra lila.

Srila Sanatana Gosvami estabele aqui que os associados de Vrajendra-nandana Sri Krsna são superiores aqueles de Narayana em Vaikuntha e de Dvarakadisa em Dvaraka.

Srila Sanatana Gosvami dá outro exemplo: Sri Krsna desapareceu da rasa-lila e as gopis estavam chorando amargamente, cantando o Gopi-gita e orando para que Ele fosse até elas. Ele ficou envergonhado quando apareceu novamente diante delas. Elas haviam deixado tudo por Ele mas, ainda assim, Ele desaparecera da visão delas. Ele sentia-Se, portanto, culpado mas, ao mesmo tempo, Ele de alguma forma estava sorrindo. As gopis fizeram então um assento para Ele com seus véus. Neste momento, na companhia das Vraja gopis, Sri Krsna aparecia como o mais belo. Ele estava tão belo que não havia necessidade de nenhum ornamento ou pó de cuncuma para aumentar Sua beleza.

A poeira de Vraja é mais bonita que o pó de cuncuma. Se o Senhor tem esta poeira sobre Sua face, Sua beleza aumenta. Quando Ele corre nu como um menininho, Sua beleza aumenta ainda mais. Quando Ele usa ornamentos, estes são embelezados por Ele.


yan martya-lilaupayikam sva-yoga-
maya-balam darsayata grhitam
vismapanam svasya ca saubhagarddheh
param padam bhusana-bhusanangam


["O Senhor apareceu no mundo mortal através de Sua potência interna, yogamaya. Ele veio em Sua forma eternal, que é adequada para Seus passatempos. Estes eram maravilhosos para todos, mesmo para aqueles orgulhosos da própria opulência, incluindo o Senhor Ele mesmo em Sua forma como o Senhor de Vaikuntha. Assim, o corpo transcendental de Sri Krsna é o ornamento de todos os ornamentos" (Srimad-Bhagavatam 3.2.12).



Krsna é tão belo. Gaura premanande!

Consultoria editorial: Sripad Madhava Maharaja and Sripad Brajanath dasa
Editor: Premavati dasi and Syamarani dasi
Transcrição: Govinda Priya Dasi
Pintura: Syamarani dasi / Tradução para o Português: Basanti devi dasi

domingo, 14 de outubro de 2007

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GURUDEVA

 

 
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terça-feira, 9 de outubro de 2007

O Bhagavad-Gita Capítulo dezoito

O Bhagavad-Gita - Capítulo dezoito
Salvação Através da Renúncia
Arjuna disse: eu desejo conhecer a natureza da renúncia, e do sacrifício, e a diferença entre os dois, Ó Senhor Krishna (18.01)

Definição de Renúncia e de Sacrifício

O Senhor Krishna disse: os sábios definem a renúncia como abstenção de todo trabalho para proveito próprio. O sábio define o sacrifício como sendo livre do apego egoísta para os frutos de todo o trabalho (Veja, também, 5.01, 5.05, e 6.01) (18.02).

Nós estamos usando a palavra "renunciação" para Samnyasa, e "sacrifício" para Tyaga, nesta tradução. Um renunciante (Samnyasi), não é proprietário de nada. Um verdadeiro renunciante trabalha para os outros e vive para - e não dos - outros. Samnyasa significa "completa renúncia" de "fazedor", "possuidor", e motivos pessoais egoístas por detrás de uma ação; enquanto que Tyaga significa renúncia do apego egoísta aos frutos de todo o trabalho, ou trabalho feito apenas para Deus. Uma pessoa que faz serviço sacrificial (Seva), para Deus, é chamada de Tyagi ou um karma Yogi. Assim, um Tyagi que pensa que ele ou ela é o fazedor de todos os trabalhos apenas para o prazer de Deus irá sempre lembrar-se d´Ele. Portanto, isto é mencionado no verso 12.12 que Tyaga é a melhor prática espiritual. A palavra "Samnyasa"e "Tyaga", são usadas de forma intercalada no Gita porque não há, propriamente, uma diferença real entre as duas (veja os versos 5.04, 5.050, 6.01, e 6.02). De acordo com o Gita, Samnyasa não significa viver na floresta ou em qualquer outro lugar recluso, fora da sociedade. Samnyasa é um estado da mente que é completamente desapegado da consciência de resultado dos frutos do trabalho.

Todos desejam a paz da mente, mas ela só é possível para aquele que trabalha para Deus, sem ser apegado aos resultados das suas ações - e dedica os resultados de todo o seu trabalho para Deus. Não é necessário que, semelhante ao que alguns "gurus" têm propagado, que alguém ofereça toda a riqueza material, e suas posses, para alguma seita.

Alguns filósofos dizem que todo o trabalho é cheio de falhas e devem ser abandonados, enquanto outros dizem que os atos do sacrifício, caridade, e austeridade não devem ser abandonados (18.03).

Ó Arjuna, escute Minha conclusão sobre o sacrifício. O Sacrifício é dito que é de três tipos (18.04).

Atos proveitosos, caridade, e austeridade não devem ser abandonados, mas devem ser realizados porque serviço, caridade e austeridade são os purificadores do sábio (18.05).

Mesmo aqueles trabalhos obrigatórios devem ser realizados sem apego aos frutos dos resultados. Este é Meu conselho definitivo, Ó Arjuna (18.06).

Três Tipos de Sacrifício

Abandone toda a obrigação que não é própria. O abandono do trabalho obrigatório é devido à ilusão, e é declarado como estando no modo da ignorância (18.07).

Aqueles que abandonam as obrigações, meramente porque é difícil ou por causa do medo de uma aflição corpórea, não recebem os benefícios dos sacrifícios, por realizarem sacrifícios semelhante ao modo da paixão (18.08).

O trabalho obrigatório realizado como uma obrigação, renunciando o apego egoísta pelos frutos, é considerado como um sacrifício no modo da bondade (18.09).

A renúncia ao apego dos prazeres sexuais é um sacrifício real (Tyaga). A perfeição do Tyaga vem somente após uma pessoa tornar-se livre do domínio dos apegos e aversões (MB 12.162.17). Não há melhor olho que o olho do auto-conhecimento, nem austeridade melhor do que a verdade, nem dor maior do que o apego, e não há prazer maior igual ao Tyaga (MB 12.175.35). Uma pessoa não pode tornar-se feliz sem Tyaga; uma pessoa não pode tornar-se corajosa sem Tyaga; e uma pessoa não pode alcançar a Deus sem Tyaga (MB 12.176.22). Mesmo a felicidade do transe não poderá divertir mais do que o propósito do divertimento. O Gita recomenda a renuncia enquanto vivendo no mundo - não renunciar ao mundo como comumente é mal interpretado.

Cristo disse: se você quer a perfeição, largue tudo o que você tem, e então siga-Me (Mateus, 19.21). Ninguém pode servir a dois mestres. Você não pode servir tanto a Deus como o dinheiro - os desejos materiais (Mateus, 6.24). Cristo não excitou em sacrificar a da Sua própria vida por nobres ensinamentos. O Senhor Rama largou o Seu reino, e mesmo a Sua própria esposa, para restabelecer a retidão (Dharma). "Abandone os apegos e alcance a perfeição pela renúncia", e a mensagem dos Vedas e dos Upanishads. O serviço desapegado ou "Tyaga", é a essência do Gita, como é dada neste último capítulo. Uma pessoa que é um Tyagi não pode cometer pecados e está liberado do ciclo de transmigração. Pode-se cruzar o oceano da transmigração e alcançar a praia da salvação mesmo nesta vida, como bote do Tyaga.

Os nove tipos de renúncia conduzem à salvação, baseados nos ensinamentos do Gita que são: (1) renúncia das ações proibidas pelas escrituras (16.23-24); (2) renúncia da luxúria, ira, orgulho, medo, gosto e desgosto, e inveja ou ciúme (3.34; 16.21); (3) afastar-se do retardamento na busca da verdade (12.09); (4) abandonar o sentimento orgulhoso do conhecimento e poder que se possua, com desapego, devoção e atos caridosos (15.05; 16.01-04); (5) rejeição de motivos egoístas e apego aos frutos de todos os trabalhos (2.51, 3.09, 4.20, 6.10); (6) renúncia dos sentimentos de que "eu sou quem faz", em todas as tarefas (12.13; 18.53); (7) abandonar os pensamentos de usar o Senhor para a realizações egoístas e desejos materiais (2.43, 7.16); (8) afastar-se dos apegos dos objetos materiais como uma casa, riqueza, posição e poder (12.19. 13.09); e (9) sacrificar a riqueza, o prestígios, e mesmo a vida por uma nobre causa e proteção do reto agir (Dharma) (2.32, 4.28).

Aquele que nunca odeia um trabalho desagradável, não é apegado ao trabalho agradável, é considerado um renunciante (Tyagi), estando embebido com o modo da bondade, inteligência, e livre de todas as dúvidas sobre o Ser Supremo (18.10).

Os seres humanos não podem se abster por completo do trabalho. Então, aquele que renuncia completamente ao apego egoísta aos frutos de todo o trabalho é considerado um renunciante (18.11).

Os três frutos do trabalho - o desejável, o indesejável, e o misto - acumulam-se após a morte de quem não é um renunciante (Tyagi), mas nunca para um Tyagi (18.12).

As Cinco Causas de Qualquer Ação

Aprenda Comigo, Ó Arjuna, as cinco causas, como são descritas na doutrina Sankhya, para a realização de todas as ações. Elas são: o corpo físico, o assento do Karma; os modos da natureza materiais, o fazedor; os onze órgãos da percepção e ação, os instrumentos; as várias forças vitais; e o quinto, as deidades dirigentes dos onze órgãos (18.13-14).

Estas são as cinco causas de qualquer ação, seja correta ou errada, alguém as realiza por pensamento, trabalho e obra (18.15).

Portanto, aquele que considera seu corpo ou o Espírito (Atma, alma) como o único agente, não compreende, devido ao conhecimento imperfeito (18.16).

Aquele que está livre da idéia de "fazedor" e cujo intelecto não está poluído pelo desejo de colher o fruto - mesmo após ter matado alguém - ninguém mata ou é atado pelo ato de matar (18.17)

Aqueles que estão livres da noção de fazedor, e livres do querer e não querer de seus trabalhos, e desapegados dos frutos do trabalho, tornam-se livres das reações Kármicas, mesmo no ato de matar.

Nota do tradutor: devemos entender que Krishna está instruindo Arjuna antes de uma importante batalha, e que o arqueiro está numa atitude negligente em empreender a sua missão como tal. Este verso não deve ser entendido como uma licença para matar qualquer um sem motivo, até mesmo porque há um pesado karma sobre quem mata uma outra pessoa sem que tenha verdadeira razão e tenha sido autorizada a tal procedimento; mesmo porque, uma atividade livre de algum resultado é muito difícil de ser alcançada nos dias de hoje, pois trata-se de uma verdadeira Sadhana de constantes aperfeiçoamentos.

O sujeito, o objeto, e o conhecimento do objeto, são os tríplices condutores da força para uma ação. Os onze órgãos, o ato, e o agente ou os modos da natureza material, são os três componente da ação (18.18).

Os Três Tipos de Conhecimento

O auto-conhecimento, a ação, e o agente diz-se que são de três tipos, de acordo com a doutrina Sankhya. Ouça a tempo sobre estes também (18.19).

O conhecimento pelo qual alguém vê como uma mesma coisa imutável, a indivisível divindade em todas as criaturas, está no modo da bondade (veja, também, 11.13 e 13.16) (18.20).

O conhecimento pelo qual alguém entende cada indivíduo como diferente um do outro, semelhante conhecimento está no modo da paixão (18.21).

O irracional, sem base, o conhecimento sem valor, pelo qual alguém se apega a um único efeito - como ao corpo - como se isso fosse tudo, semelhante conhecimento está no modo da escuridão ou ignorância (18.22).

Três Tipos de Ação

A atividade obrigatória, realizada, quer se goste ou não, sem motivos egoístas, e apego aos frutos, está no modo da bondade (18.23).

A ação realizada com egoísmo, com desejos egoístas, e também com muito esforço, está no modo da paixão (18.24).

A ação que é tomada por causa da ilusão, indiferente às conseqüências, perda, que cause dano aos outros, bem como a sua própria habilidade, está no modo da ignorância (18.25).

Três Tipos de Agentes

O agente que está livre do apego, que não é egoísta, doado, com determinação e entusiasmo, e que não se perturba no sucesso ou no fracasso é chamado de bom (18.26).

O agente que é impaciente, que deseja o fruto do trabalho, que é voraz, violento, impuro, e atingido pelo prazer e pela aflição, é chamado de apaixonado (18.27).

O agente que é indisciplinado, vulgar, teimoso, malvado, malicioso, preguiçoso, deprimido, e procrastinador é chamado de ignorante (18.28).

Três Tipos de Intelecto

Agora ouça a Minha explicação, plena e separadamente, da tríplice divisão do intelecto, e decida, baseado nos modos da natureza material, Ó Arjuna (18.29).

Ó Arjuna, aquele intelecto o qual entende o caminho da ação, e o caminho da renúncia; da ação certa e errada, medo e destemor, cativeiro ou liberação, está no modo da bondade (18.30).

O intelecto está ano modo da paixão quando não pode distinguir entre o reto agir (Dharma) e a ação contrária ao dever (Adharma), e a ação certa e errada, Ó Arjuna (18.31).

O intelecto está no modo da ignorância quando aceita a injustiça (Adharma) como sendo justiça (Dharma), e pensa tudo o que não é como sendo, Ó Arjuna (18.32).

Os Três Tipos de Resolução, e as Quatro Metas da Vida Humana

Quem decide estar no modo da bondade controla as funções da mente, Prana (força vital; bioimpulsos), e os sentidos, fazendo apenas boas ações, Ó Arjuna (18.33).

Quem decide pelo modo da paixão, pelo qual alguém deseja os frutos do trabalho, une-se à obrigação, à riqueza, e ao prazer com grande apego, Ó Arjuna (18.34).

Fazendo as obrigações, ganhar riqueza, desfrute material, e alcançar a salvação, são as quatro nobres metas da vida humana para um chefe de família na tradição védica (obs. do tradutor: trata-se de dharma, artha, kama e moksha). O Senhor Rama disse: aquele que está engajado apenas da gratificação dos sentidos, abandonando a responsabilidade, e adquirindo riqueza, em breve complica-se (VR 2.53.13). Aquele que usa as obrigações, adquirindo riquezas, e desfruta dos prazeres sexuais de modo balanceado, sem que uma coisa não danifica as outras duas, alcança a salvação (MB 9.60.22). Uma pessoa completamente envolvida em adquirir e preservar a riqueza material e posses, não tem tempo para a auto-realização (MB 12.07.41). Alguém pode obter todas as quatro nobre metas pela devoção por Deus (VP 1.18.24). Devemos primeiro seguir o Dharma, fazendo as obrigações corretamente. Então se ganha dinheiro e se faz progresso econômico, realizando todos os nobres desejos materiais e espirituais, com o dinheiro que foi ganho, dirigindo o progresso para a salvação, a única nobre meta do nascimento humano.

Os seres humanos estão sempre receando a morte, uma pessoa rica está sempre receosa do coletor de impostos, ladrão, parentes, e desastres naturais (MB 3.02.39). há uma grande dor na acumulação, guarda, e perda de riqueza. Os desejos por acumular riqueza nunca é satisfeito; portanto, o sábio considera satisfeito com o prazer Supremo (MB 3.02.46). As pessoas nunca estão satisfeitas com a riqueza e as posses materiais (KaU 1.27). Devemos sempre nos lembrar que nós somos apenas os consignatários de todas as riquezas e posses.

Quem decide pelo modo da ignorância, pelo qual uma pessoa estúpida não abre mão de dormir, dorme (em demasia), tem medo, pesar, desespero, e desatenção Ó Arjuna (18.35).

Três Tipos de Prazeres

E agora ouça de Mim, Ó Arjuna, sobre os três tipos de prazer. O prazer que alguém desfruta pela prática espiritual resulta na cessação de todos os sofrimentos (18.36).

O prazer que aparece como veneno no começo, mas é como néctar no fim, vem pela graça do Auto-conhecimento, e está no modo da bondade (18.37).

Aquele que desfruta do oceano de néctar da devoção, não faz uso do prazer sexual que é como água num reservatório (BP 6.12.22). O rio do gozo material seca rapidamente após a estação das chuvas se não há a o princípio da água espiritual. Os objetos materiais são como palha para uma pessoa auto-realizada.

O prazer sexual que aparece como néctar no começo, mas se torna como veneno no fim, está no modo da paixão (veja, também, 5.22) (18.38).

Dois caminhos - o benéfico caminho espiritual e o caminho dos prazeres sexuais - estão abertos para nós. O sábio escolhe o primeiro, enquanto o ignorante escolhe o último (KaU 2.020). Os prazeres sexuais colocam fora o vigor dos sentidos e trazem doenças no final (Ka U 1.26). Os prazeres sexuais não é o objetivo do precioso nascimento humano. Mesmo o desfrute celestial é temporário e termina em sofrimento. Aquele que está apegado aos deleites sexuais se comporta como um tolo que escolhe o veneno em troca do néctar da devoção (TR 7.43.01). As pessoas ignorantes, devido à ilusão, não pensam que elas estão tomando veneno enquanto o bebem. Elas apenas saber após o resultado, e então é tarde demais (VR. 7.15.19). É uma tendência natural dos sentidos se direcionarem, com facilidade, para os prazeres sexuais externos, como a água flui corrente abaixo. O arrependimento segue a satisfação de todos os desejos sexuais e materiais.

Os prazeres mundanos são como uma miragem no deserto. Uma pessoa com sede pensa que é água o que vê, até que ela volta a si e não encontra nada. A "felicidade" mundana é temporária e inconstante, enquanto que a felicidade produzida pela vida espiritual é permanente e contínua. Ramakrishna disse: "Não se sente intensa inquietação por Deus até que todos os desejos mundanos sejam satisfeitos". Manu é da opinião que, deste modo, talvez seja mais fácil controlar os sentidos, após desfrutar dos prazeres dos sentidos, e descobrir sua inutilidade e capacidade de causar danos (MS 2.96). A perda dos desejos torna-se fácil após a maioria dos nossos desejos estarem satisfeitos. Uma pessoa pode ser saudável e rica mas ainda será triste, se não experimentar o prazer espiritual. A maturidade espiritual da pessoa não a fará ter saudade dos prazeres mundanos.

O prazer que confunde uma pessoa no começo e que no fim resulta em sono, preguiça, e desatenção está no modo da ignorância (18.39).

Não há nenhum ser sobre a Terra ou entre os controladores celestes no céu que possa ficar livre destes três modos da natureza material (18.40).

A Divisão do Trabalho Está Baseada no Habilidade da Pessoa

A divisão do trabalho humano, dentro de quarto categorias, está baseada nas qualidades inerentes da natureza das pessoas ou constituição delas (veja, também, 4.13) (18.41).

No sistema Védico antigo, as atividades dos seres humanos eram segundo quatro categorias sociais, baseadas nos três modos da natureza material. Estas quatro ordens são freqüentemente confundidas com o moderno sistema de castas na Índia, e em outro lugar que esteja baseando-se somente no nascimento. Estas quatro, universais, ordens sociais da sociedade humana, são descritas pelo Senhor Krishna, relacionando a natureza pessoal de cada um, qualidades, trabalho, e não o seu nascimento. Aqueles que estão dominados pelo modo da bondade e são pacíficos, e auto-controlados, são chamados de Braahmans. Aqueles que são controlados pela paixão e preferem engajar-se na administração e serviços de proteção são classificados como Kshatriyas. Aqueles sobre os modos mistos de paixão e de ignorância, engajam-se na agricultura e no comércio, sendo chamados de Vaishyas. Aquela maioria no modo inferior da ignorância são chamadas de Shudras, e suas naturezas são de servir as outras três ordens sociais.

Os Vedas comparam a sociedade humano com uma pessoa que possui quatro principais membros que representam amplamente os quatro trabalhos e trabalhadores na sociedade. Os Vedas também estatuem que Suas palavras são para toda a humanidade, para todas as pessoas (YV 26.02). há somente dois tipos (ou castas) de pessoas, o decente e o indecente (Gita 16.06).

Os intelectuais que possuem serenidade, auto-controle, austeridade, pureza, paciência, honestidade, conhecimento transcendental, experiência transcendental, e acreditam em Deus, são classificados como instruídos (Braahmans) (18.42).

Um intelectual é aquele que foi mencionado acima (CF. o Mb, 3.180.21). Qualquer um pode ser chamado de "intelectual" se ele ou ela possuem o divino presente do auto-conhecimento (RV 10.125.05; AV 4.30.03). O intelectualismo é uma aquisição - uma qualidade ou estado da mente - assim como uma casta ou credo. Alguém iluminado quando conhece a Verdade Absoluta, e está em contato com o Ser Supremo, sendo um Braahmans realmente, e ficando próximo de Deus. Todos nascem iguais, mas podem se tornar inferior ou superior apenas pelas ações.

Não importa o setor de alguma sociedade dando predominância de casta, crença, raça, religião, cor, sexo, ou local de nascimento, sobre a habilidade individual, as sementes plantadas na sociedade, e por ineficiência, foram plantada no princípio para germinar. O demônio da discriminação não conhece fronteiras nacionais. Ele é praticado desafortunadamente por pessoas ignorantes por sobre todo o mundo, numa forma ou outra. Ele é uma tentação humana e um complexo de superioridade. O sábio deverá testar-se se submetendo a todos os tipos de sombras de preconceitos. Todos somos filhos de Deus, iguais nos Seus olhos, e devemos agir de modo semelhante. Uma pessoa, para o progresso da sociedade, deve ser julgada por sua habilidade, não por algum outro modelo.

Aqueles que possuem as qualidade de heroísmo, vigor, firmeza, habilidade, estabilidade na batalha, caridade, e dons administrativos são chamados de líderes, ou protetores (Kshatriyas) (18.43).

O protetor ideal possui firme, oposição rígida, para todos os malvados na sociedade. A obrigação (Dharma) de um protetor é de lutar contra toda a ação incorreta (Dadharma) e injustiça na sociedade.

Aqueles que são bons no cultivo, no cuidado com o gado, negócios, comércio, finanças, e indústria são conhecidos como homens de negócios (Vaishyas). Aqueles que são muito bons nos serviços e atividade são classificados como trabalhadores (Shudras) (18.44).

Um Shudra é uma pessoa que é ignorante no conhecimento espiritual e está identificada com o corpo material, devido a sua ignorância. De acordo como Senhor Krishna, estas quatro designações ou tipos não determinadas por nascimento. Uma pessoa tipo Shudra pode nascer em qualquer família. O resultado de uma atividade prévia de alguém, ou Karma, faz retornar a natureza e hábitos de alguém.

As pessoas também nascem com certas qualidade ou as desenvolvem através do treinamento e esforço. Aquele que não tem as qualidades requisitadas das quatro ordens da sociedade, não podem ser caracterizadas, impropriamente, somente pela virtude do nascimento ou posição.

A Obtenção da Salvação Através da Obrigaçao, Disciplina e Devoção

Alcança-se a mais elevada perfeição pela devolução pelo natural trabalho de alguém. Escute-Me como alguém alcança a perfeição enquanto engajado no seu trabalho natural (18.45).

Alcança-se a perfeição pela adoração ao Ser Supremo - de quem todos os seres se originam, e o qual a todo este universo penetra - através da execução da natural obrigação de cada um dedicando-a Mim (veja, também, 9.27; 12.10) (18.46).

O trabalho relativo à natureza da pessoa, ainda que inferior, é melhor do que o trabalho não natural à pessoa, mesmo que bem realizado. Aquele que faz um trabalho ordenado pela sua natureza inerente, sem qualquer motivo egoísta, incorre em pecado (ou reação kármica) (veja, também, 3.35) (18.47).

O trabalho natural de alguém, embora defeituoso, não deverá ser abandonado porque todas as obrigações são desenvolvidas pelos defeitos assim como o fogo é coberto pela fumaça, ó Arjuna (18.48).

Nada neste mundo possui apenas qualidade boas ou más. Não há tarefa perfeita. Toda a iniciativa possui tanto bons como maus aspectos (MB 12.15.50). Não importa o que você faz, mas como você o faz, isto que é importante. O trabalho transforma-se em adoração quando ele é feito numa atitude de adoração por Deus.

A pessoa cuja a mente está sempre livre do ao apego egoísta, que subjugou a mente e os sentidos, e que é livre dos desejos, alcança a suprema perfeição da liberdade do cativeiro do karma, através da renúncia do apego egoísta aos frutos do trabalho (18.49).

Aprenda de Mim brevemente, Ó Arjuna, como alguém que alcançou semelhante perfeição, ou a liberdade do cativeiro do Karma, alcançando o Ser Supremo, a meta do conhecimento transcendental (18.50).

Favorecido com o intelecto purificado; subjugando a mente com firme resolução; afastando-se dos ruídos e de outras coisas dos sentidos; abrindo mão do gostar e não gostar; vivendo na solidão; comendo ligeiramente; controlando a mente, a fala e os órgãos de ação; estar sempre absorto em Yoga da meditação; refugiando-se no desapego, e abrindo mão do egoísmo, da violência, do orgulho, da ira, e do sentimento de propriedade - torna uma pessoa pacífica, livre da noção de "Eu, meu, e para mim", e adequa-a para alcançar a união com o Ser Supremo (18.51-53).

Quando o archote da meditação funde-se no serviço abnegado, no auto-conhecimento e no amor devocional durante o rápido estado de transe, os raios da iluminação irradiam, a divina comunhão é perfeita, o nevoeiro da ignorância desaparece, e todos os desejos materiais e sexuais se evaporam da mente.

Absorvido no Ser Supremo, a pessoa serena não sofre e nem deseja. Tornando-se imparcial para todos os seres, a pessoa obtém o mais elevado amor por Deus (18.54).

Pela devoção uma pessoa entende, verdadeiramente, o que, e quem, Eu sou em essência. Tendo Me conhecido em essência, imediatamente, a pessoa liga-se a Mim (veja, também, 5.19) (18.55).

Não há dúvida de que Deus pode apenas ser conhecido pelo pensamento de fé e inabalável devoção (BP 11;14;21). Existe inúmeras práticas espirituais - não apenas uma - prescritas nas escrituras para adquirir fé devoção firme. O conhecimento e a devoção são uma e mesma coisa, como uma árvore e suas sementes. O processo inteiro de espiritualidade ganha partida pela fagulha da graça que vem apenas com a fé, e não por outro método.

A ilusão de Maya impede a pessoa do conhecimento e visão de Deus. Assim como alguém não pode ver o sal todo-existente na água do oceano com os olhos, mas pode sentir o sabor pela língua, de modo similar, o Ser pode apenas ser realizado pela fé e devoção, não pelo raciocínio lógico. Deus pode ser realiza não apenas pela meditação e auto-conhecimento, mas também através do extático amor e intensa devoção de alguém pela deidade pessoal.

Somente Você pode conhecer a Você mesmo quando tornar-se conhecido de si mesmo; no momento que alguém conhece a Você, ele se torna uno Com você (TR 1.126.02). O conhecedor do Espírito torna-se como Espírito (BrU 1.04.10; MuU 3.020.09). O reino de Deus está dentro de você (Lucas, 17.21). Ninguém pode entrar no reino dos céus sem nascer de novo (pela realização de que não somos estes corpos, mas espíritos dentro de um corpo) (João, 3.03). Quem não receber o reino de Deus como uma criança, jamais entrará nele (marcos, 10.15). O Pai e Eu somos um )João, 10.30). O verdadeiro entendimento de Deus é tornar-se como Deus.

Um devoto Karmi Yogi alcança a eterna e imutável morada por Minha graça - mesmo enquanto realiza a sua obrigações - apenas por tomar refúgio em Mim (por dedicar todas as ações para Mim com amor e devoção) (18.56).

Ofereça sinceramente todas as ações para Mim, coloca-Me como a sua meta suprema, e dependa completamente de Mim. Fixe a sua mente em Mim, e se refugie em Karma Yoga (18.57).

Tudo antes de ser usado ou comido deve primeiro ser oferecido para o Senhor, quem dá todas as coisas, antes de colocarmos as coisas para nosso uso próprio. Isto inclui - mas não é limitado para - alimentos, uma nova roupa, um novo carro, uma nova casa, e um bebê recém nascido. Oferecer tudo para o Senhor é a mais alta forma de adoração que alguém deve aprender e praticar todo o dia. De acordo com Swami Chidananda Saraswati (Munijii) este verso tem a intenção de ter o Seu nome (nome de Deus) no seu coração e nos seus lábios, e para ter Seu trabalho em suas mãos.

O karma Yoga salva alguém de ser confundir-se no ciclo da roda de transmigração e conduz a liberação. O KarmaYoga é recomendado mesmo para aquele que não acredita em Deus, para quem não tem conhecimento de Deus, para quem não possui fé e devoção e, conseqüentemente, não pode seguir qualquer outro caminho espiritual.

Você superará todas as dificuldades por Minha graça, quando a sua mente tornar-se fixa em Mim. Mas se você não escutar isto de Mim, devido ao ego, você perecerá (18.58).

O Cativeiro Kármico e o Livre Arbítrio

Se devido ao egoísmo você pensa: "eu não irei lutar"!, você resolverá em vão, porque a sua própria natureza deve compelir você para a luta (18.59).

Ó Arjuna, você é controlado por sua própria natureza, nascida nas impressões Kármicas. Portanto, tem de fazer - mesmo contra o seu querer - o que você não deseja fazer, devido a ilusão (18.60).

A mente, freqüentemente, conhece o que é certo e errado, mas corre atrás do mal -relutantemente - pela forçadas impressões Kármicas. O sábio deverá sempre manter isto em sua mente antes de encontrar faltas nos outros.

Nós Nos Tornamos os Fantoches de Nosso Próprio Livre-Arbítrio

Para satisfazer o livre arbítrio o ignorante, estupefato pelos três modos da natureza material, o bom Senhor cria um ambiente condizente para ocupar em ações indesejadas. Nosso livre arbítrio nos limita como uma guia limita um cão. Como um facilitador, Deus corresponde com todos de acordo com seus desejos e deixa-os realizar os desejos criados pelo livre arbítrio. O Senhor usa Sua energia cinética ilusória, chamada de Maya, para engajar as entidades vivas em bons e maus atos, de acordo com seus desejos e seu bom ou mau Karma previamente acumulado

O Senhor Supremo - como o controlador habitante na psique interior de todos os seres - motiva-os para trabalhar nos seus Karmas, como um fantoche (do karma criado pelo livre arbítrio), montados numa máquina (18.61).

O controlador Supremo (Ishvara) é o reflexo do Espírito Supremo no corpo. O Senhor Supremo organiza, controla, e direciona tudo no universo.

O Senhor faz as leis Kármicas enquanto controlador de todas as entidades vivas. Então, necessitamos estudar com paciência prolongada tudo o que o destino impõe pegando refúgio n´Ele, e seguindo Seus mandamentos (TR 2.218.02). Os Vedas declaram que o Senhor, usando o Karma, nos faz dançar como um malabarista faria seu macaquinho dançar (TR 4.6.12). Sem as leis do Karma, as injunções escriturais, proibições, bem como o auto-esforço não terão valor como tais. O Karma é a justiça eterna e a lei eterna. Como um resultado do trabalho da justiça eterna, ali não pode haver fuga das conseqüências de nossas ações. Nós nos tornamos o produto de nosso próprio passado, pensamento e ação. portanto, nós devemos pensar e agir com prudência no momento presente, usando as escrituras como guia.

A doutrina do Karma e da reencarnação é também encontrada nos seguintes versos do Corão: "Allah é Ele quem criou você, e portanto, sustenta você; por isso causa a sua morte e dá a vida a você de novo (Surah 30.40). Ele pode recompensar aqueles que acreditam e fazem boas ações. Ninguém pode escapar das conseqüências dos seus atos; para o que semeamos nós colhemos. A causa e o efeito não podem ser separados porque os efeitos existem na causa como no fruto existente na semente. As boas e más ações nos seguem continuamente como nossas sombras.

A Bíblia também diz: quem quer que derrame o sangue do homem pelo homem derramará seu sangue (Gênesis, 9.06). Acredita-se que todas as referências ao Karma e reencarnação foram retiradas da Bíblia durante o segundo século, com o nobre propósito de encorajar as pessoas para se esforçarem durante esta vida. Aqueles que acreditam em reencarnação devem evitar a preguiça e o adiamento, disciplina espiritual intensa, e tentar o pegar o melhor da auto-realização nesta vida como se não houvesse reencarnação. Viver como se este fosse o último dia na Terra. Não podemos alcançar qualquer coisa através da preguiça e adiamento.

Não se pode levar a riqueza, a fama, e o poder daqui para o futuro; mas pode-se transformar isto para dentro de um bom ou mau Karma, e trazer no interior de uma vida futura. Mesmo a morte não pode tocar o Karma de alguém. Aqueles que agem com muita piedade nas suas vidas passadas alcançam a fama nesta vida sem muito esforço.

Procure refúgio no Senhor Supremo apenas, com amor e devoção, ó Arjuna. Por Sua graça você terá paz suprema, e alcançará a Morada Eterna (18.62).

Assim, eu expliquei para ti o mais secreto dos conhecimentos. Após refletir plenamente sobre isto, fala o que você desejar (18.63).

O Caminho da Rendição é o Fundamental Para Deus

Ouça novamente Minhas mais secretas e supremas palavras. Você é muito querido para Mim; portanto, Eu direi isto para o seu benefício (18.64).

Fixe a sua mente em Mim, seja devotado a Mim; ofereça o serviço para Mim; reverencie a Mim, e você certamente irá alcançar-Me. Eu prometo a você porque você é meu amigo muito querido (18.65).

Ponha de lado todas os feitos meritórios e rituais religiosos, e simplesmente renda-se por completo a Mim, com fé firme, amor e devoção. Eu irei libertar você de todos os pecados, as amarrados do Karma. Não sofra (18.66).

O significado de abandonar todas as obrigações e tomar refúgio no Senhor é de que um buscador deverá realizar todas as suas obrigações sem apego egoísta, oferecendo tudo ao Senhor, e ser total e unicamente dependente de Deus, por ajuda e guia. O Senhor assume a total responsabilidade para a pessoa que depende totalmente d´Ele. Se você encontrar uma boa solução e apegar-se a ele, a solução irá em breve tornar-se o próximo problema. As escrituras dizem: o sábio não deve apegar-se, mesmo às ações corretas, durante toda a sua vida, mas deverá engajar a sua mente e o intelecto na contemplação do Ser Supremo (MB 12.290.21). Deve-se desenvolver um espírito de genuína auto-rendição para o Senhor, oferecendo tudo a Ele, incluindo os frutos da disciplina espiritual. Nós devemos conectar todo o nosso trabalho como Divino. O mundo é controlado pelas leis ou desejos de Deus. Têm-se que aprender com o querer de Deus. Sejamos agradecidos na prosperidade e aceitar a adversidade pro Ele desejada.

A ordem é liberar-se nos resultados nas ações piedosas ou impiedosas, que cegam alguém neste mundo material; sendo necessário oferecer cada ação para Deus. Quando um devoto trabalha com sinceridade para Deus, Deus protege o devoto do toque de Maya, a energia externa do Senhor. Se alguém, voluntariamente, depende do Senhor Supremo, em todas as circunstâncias, então os bons e maus resultados (dos pecados) do trabalho, automaticamente, irão até Ele, e nos tornamos livres do pecado.

Um verdadeiro devoto observa: Ó Senhor, eu me lembro de Vós porque Vens em primeiro lugar. Quebra-se todas as correntes do cativeiro e nos tornamos livre mesmo nesta vida tão logo se adquire o saber e a firme convicção que tudo é feito pelo desejo de Deus, e que este é o Seu mundo, Seu passatempo, e Sua batalha, não nossa, e observando a nós mesmos como meros atores no jogo divino, e o Senhor como o grande diretor do drama cósmico da alma, no estágio da criação. A rendição do desejo individual para o desejo divino, é a culminância de toda a prática espiritual, resultando na prazerosa participação no drama das alegrias e tristezas da vida. Isto é chamado de liberação, ou Mahayana no Budismo. Não se pode entender Deus sem que se liberte da noção de fazedor ou proprietário. A graça de Deus é despertada quando nos tornamos firmemente convictos que não somos "fazedores", alcançando-se imediatamente a liberdade nesta vida. O Senhor arranja para o conhecimento da auto-realização revelado-o para uma alma rendida.

Render-se a Deus não envolve abandonar o mundo, mas realizar que tudo acontece de acordo com Suas leis e por Sua direção e poder; reconhecer plenamente que tudo é controlado e governado pelo plano divino é render-se a Ele. Na rendição, deixa-se o plano divino regular a vida sem abandonar o melhor esforço. Isto é a renúncia completa da existência individualista ou o ego. Este é o sentimento: Ó meu amado Senhor, nada é meu; tudo, incluindo meu corpo, mente e ego, é Seu. Eu não sou Deus, mas um servo de Deus; salve-me do oceano da reencarnação. Eu tentei sair do oceano do mundo material, usando todos os métodos, ditos nas escrituras, e falhei. Agora eu descobri o processo final, o processo de buscar a graça divina através da oração e da rendição. Deus pode ser descoberto pelo buscador com a Sua ajuda no descobrimento, e não apenas por práticas espirituais. Assim, inicia-se a jornada espiritual como um dualista, experiencia o monismo, e novamente retorna-se ao dualismo. Uma jornada bem sucedida inicia e termina no mesmo lugar.

O processo de rendição pode ser chamado de o quinto ou último caminho do yoga - os outros quatro são o caminho do serviço abnegado, o conhecimento metafísico, devoção e meditação. O Senhor Deus direciona a mente e os sentidos das entidades vivas de acordo com o seu karma nascido dos desejos. Mas no caso de rendição dos devotos, portanto, ele controla os sentidos diretamente de acordo com os Seus desejos e para o melhor proveito do devoto. Deixe-O ser o dirigente da sua jornada espiritual e você simplesmente aprecie a caminhada. Muniji, maravilhosamente, explicou este processo. Ele disse: "Cada dor, cada saudade, cada desconforto, torna-se um presente e graça Seus quando você coloca isso no Seu abrigo. Se você coloca as rédeas de seu carro-vida nas Suas mãos, você será sempre feliz, sempre estará em paz. Esta é a lição da rendição final".

Este é a graça divina ou poder, que vem na forma de auto-esforço. A graça divina e o auto-esforço, bem como o dualismo e o monismo, são nada mais do que os dois lados de uma mesma moeda da Realidade. A graça de Deus está sempre disponível - alguém tem de coletá-la. Conseguir a graça não é fácil. Consegue-se a graça pela sinceridade, disciplina e esforço espiritual. A graça é a nata do esforço - nosso próprio Karma bom. Diz-se que o esforço é absolutamente necessário, mas o último degrau da escada para o Supremo não é auto-esforço, mas a oração por Sua graça no espírito de rendição. Quando tudo está rendido a Ele, e se entende verdadeiramente que Ele é a meta, o caminho, a viagem, bem como os obstáculos do caminho, vício e virtude, tornam-se impotentes e inócuos, como uma cobra sem os caninos.

Segundo Shankara, se qualquer objeto outro exceto o Ser Supremo - o Campo da Energia Cósmica - mostra-se como existência, ele é irreal como uma miragem ou como a presença de uma cobra numa corda. Quando alguém entende com firmeza que não há nada exceto o Ser Supremo e Seu suporte, todo o Karma é extinto; rendendo-nos aos Seus desejos, alcança-se a salvação. Yukteshwar disse: "A Vida humana está assentada com sofrimento até que nós descobrimos como nos render ou nos direcionar com o querer divino, que está embaçado em nosso intelecto". O Corão diz: "Quem quer que siga a Minha guia, nenhum medo cairá por sobre ele; nem eles sofrerão" (Surah, 2.38). Os Upanishads dizem: O conhecedor do Supremo ultrapassa o sofrimento.

Este conhecimento jamais deverá ser falado para quem não é devotado, que não tem austeridade, que é sem devoção, que não quer ouvir, ou que fala mal de Mim (18.67).

Falar da sabedoria para uma pessoa iludida; glorificar em sacrifício a uma personalidade mesqiunha; aconselhar o controle dos sentidos para uma pessoa irascível, e discursar sobre o Senhor Rama, explorando a lascívia, é tão imprestável como semear em chão estéril (TR 5.57.01-02). Não é qualquer alma que acredita, salvo a permissão de Allah. Você não deverá compelir alguém a acreditar (Surah 10.100-101). Qualquer um a quem Deus não concedeu a luz (do conhecimento) não terá luz (Surah 24.40). O estudo do Gita é um meio apenas para pessoas sinceras. De acordo como Ramakrishna, pode-se entender Deus até que Ele faça-nos entender. O Guru Nanak disse: "Ó amado; somente àqueles a quem dá o conhecimento divino, obtêm-no".

De acordo com a Bíblia: não dê o que é sagrado aos cães. Não jogue pérolas aos porcos. Eles irão apenas pisoteá-los por sob os seus pés (Mateus, 7;06). Ninguém chegará a Mim a menos que o Pai que Me enviou atrair ele ou ela para Mim (João 6.44). O recipiente do conhecimento necessita ter inclinação espiritual e busca sincera. O conhecimento dado sem ser perguntado é sem propósito, e deve ser evitado. Há um tempo para tudo sob o céu. Nós não podemos mudar o mundo; nós podemos apenas mudar as vidas de umas poucas almas sinceras cujo o tempo para uma mudança chegou por Sua graça.

O Mais Elevado Serviço Para Deus, o a Melhor Caridade

Aquele que propagar esta filosofia secreta - o transcendental conhecimento do Gita - entre Meus devotos, realizará o mais elevado serviço devocional para Mim, e certamente virá até a Mim, e não haverá ninguém sobre a Terra que seja mais querido por Mim (18.68-69).

A ignorância é a mãe de todos os pecados. Todas a qualidades negativas, como o luxúria, a ira, o orgulho, nada mais são do que manifestações da ignorância. Dar o presente do conhecimento é a melhor caridade. É equivalente a dar o mundo inteiro em caridade (MB 12.209.113). O melhor bem-estar é o ajudar os outros a descobrir a sua real natureza, que é a origem da eterna felicidade, melhor do que prover de coisas materiais e confortos para uma felicidade temporária. A Bíblia diz: Quem quer que obedeça a lei, e ensina os outros o mesmo, será grande no reino dos céus (Mateus, 5.19). A felicidade não é alcançada pela riqueza e gratificação dos sentidos, mas através da fidelidade a uma causa digna (Helen Keller).

A Graça do Gita

Aqueles que estudarem nosso sagrado diálogo realizarão um ato sagrado na propagação e aquisição do auto-conhecimento. Esta é a Minha promessa (18.70).

O Senhor e Suas palavras são uma só coisa. O estudo do Gita é equivalente a adoração a Deus. A vida na sociedade moderna é toda trabalho e não é espiritual. Swami Harihar disse: "O estudo diário de apenas uns poucos versos do Gita irá recarregar as baterias mentias e dará sentido para a estúpida rotina da vida da sociedade moderna". Para estudantes sérios, o estudo de um capítulo do Gita, ou vários versos, dos quarenta versos selecionados, dados no final deste presente livro, é altamente recomendado". (Veja o capítulo a parte dos 40 versos do Gita)

Quem quer que ouvir este sagrado diálogo com fé, e sem criticar, se tornará livre do pecado, e irá alcançar o paraíso - o mais elevado mundo, daqueles cujas ações são puras e virtuosas (18.71).

Um sumário da "Glória do Bhagavad Gita", foi elaborado nas escrituras e é dado abaixo. Ler esta Glória do Gita gera fé e devoção no coração, que é essencial para colher os benefícios do estudo do Gita.

A meta do nascimento humano é para governar a mente e os sentidos, e alcançar o destino da liberação. O regular estudo do Gita é certo que ajudará a alcançar esta nobre meta. Aquele que é regular no estudo do Gita torna-se feliz, pacífico, próspero, e livre do cativeiro do Karma, apesar de engajado na realização de atividades mundanas. Os pecados não mancham quem regularmente estuda o Gita, assim como a água não molha uma flor de lótus. O Gita é a melhor morada do Senhor Krishna. A potência espiritual do Senhor permanece em cada verso do Gita. O Bhagavad-gita é o depósito do conhecimento espiritual. O Senhor, pessoalmente, falou esta suprema ciência do Absoluto que contém a essência de todas as escrituras para o benefício da humanidade. Todos os Upanishads são como vacas; Arjuna é como um bezerro; Krishna é como o ordenhador; o néctar do Fita é o leite; e as pessoas de intelecto purificado são os bebedores. Não é necessário estudar outras escrituras se estudarmos com seriedade o Gita, contemplar-se o significado dos versos, e praticar os seus ensinamentos na nossa vida diária.

Os assuntos deste mundo são primeiro administrados pelo primeiro mandamento do Criador - os ensinamentos do serviço abnegado, livre de egoísmo - então belamente expostos no Gita. O sagrado conhecimento, de que somente as obrigações realizadas por alguém, sem se procurar por uma recompensa, é o Seu ensinamento original que conduz à salvação. O Gita é como um navio pelo qual podemos cruzar com facilidade o oceano da transmigração e alcançar a liberação. É dito que onde o Gita é cantado ou lido com amor e devoção, o Senhor faz-Se presente em pessoa, para ouvir e desfrutar da companhia de Seus devotos. Ir ao local onde o Gita é regularmente cantado ou ensinado é como ir a um local sagrado de peregrinação. O Senhor pessoalmente vem para receber o Seu devoto em Sua Morada Suprema quando o devoto abandona o seu corpo físico contemplando o conhecimento do Gita. Aquele que O lê regularmente, recita-O para outros, ouve-O e segue o sagrado conhecimento contido no Gita é certo que irá obter a liberação do cativeiro do Karma e alcançará o Nirvana.

Qualquer que seja o engajamento na realização das obrigações mundanos, aquele que é regular no estudo do Gita torna-se feliz e livre do cativeiro Kármico. Todos os sagrados centos de peregrinação, deuses, sábios, e grandes almas residem no local onde o Gita é recitado, e o Senhor reside onde ele é lido, escutado, ensinado, e contemplado. Pela leitura repetida do Gita, alcança-se a bem-aventurança e liberação. Aquele que contempla os ensinamentos do Gita no tempo da morte torna-se livre do pecado e alcança a salvação. O Senhor Krishna pessoalmente vem levar a pessoa para a Sua Morada Suprema, o local mais elevado no plano da existência.

A graça do Gita não pode ser descrita. Seus ensinamentos são simples bem como são ocultos e profundos. Novos e profundos significados são revelados para um estudante sério do Gita. E os ensinamentos ficam sempre inspiradores. O interesse num estudo sério do Gita não está disponível para todos mas somente para aqueles com bom Karma. Devemos iniciar muito cedo no estudo do Gita.

O Gita é o coração, a alma, a respiração, e a voz do Senhor. Nenhuma austeridade, penitência, sacrif~icio, caridade, peregrinação, promessa, jejum o continência equipara-se ao estudo do Gita. É difícil para uma pessoa comum, ou mesmo para grande sábios e acadêmicos, entender a profundidade e o secreto significado do Gita. Entender o Gita completamente é como um peixe medir a extensão do oceano; um pássaro tentar medir o céu. O Gita é o profundo oceano do conhecimento do Absoluto; somente o Senhor poder entendê-lO completamente. Ninguém outro, senão o Senhor Krishna, poderá declarar a autoridade do Gita.

Ó Arjuna, você escutou istocom sincera atenção? A sua ilusão, nascida da ignorância, foi completamente destruída? (18.72).

Arjuna disse: por Sua graça minha ilusão foi destruída; eu adquiri auto-conhecimento; minha confusão a respeito do meu corpo e Espírito foi dissipada; e eu obedecerei Seus comandos (18.73).

Quando alguém realiza Deus por Sua graça, os nós da ignorância são desatados, todas as dúvidas e confusões são desfeitas, e todo o Karma é exaurido (MuU 2.02.08). O verdadeiro conhecimento do Ser Supremo vem apenas por Sua graça.

Sañjaya disse: assim, eu escutei este maravilhoso diálogo entre o Senhor Krishna e Arjuna, arrepiando sucessivamente o meu cabelo (18.74).

Pela graça do sábio Vyasa, eu escutei este maior segredo, e o Yoga supremo, diretamente de Krishna, o Senhor do Yoga, que em pessoa falou para Arjuna, diante dos meus olhos clarividentes, concedidos pelo sábio Vyasa (18.757).

Ó rei, pela repetida lembrança deste maravilhoso e sagrado diálogo entre o Senhor Krishna e Arjuna, eu estou tremendo a cada momento, e (18.76).

Sempre que recordo, Ó rei, a maravilhosa forma de Krishna, eu fico muito impressionado, e me regozijo repetidamente (18.77).

Tanto o Conhecimento Transcendental, Como a Ação, são Necessários Para Equilibrar a Vida

Em todo o lugar que estejam, tanto Krishna, o Senhor do Yoga (ou Dharma na forma das escrituras), e Arjuna, com o arco da obrigação, e proteção, ali haverá prosperidade,vitória, felicidade, e moralidade. Esta é a Minha convicção (18.78).

Onde estiver Dharma (obrigação correta; reta ação), lá estará a graça do Senhor Krishna; onde estiver a graça do Senhor Krishna, ali terá paz e vitória (MB 6.43.60). A paz eterna e a prosperidade na família são possíveis apenas pela realização das obrigações com conhecimento metafísico pleno do Absoluto. A paz e prosperidade da nação dependem tanto do conhecimento das escrituras como do uso das armas de proteção, como também da ciência e da tecnologia. É dito que a ciência e a tecnologia sem espiritualidade são cegas, e que espiritualidade sem tecnologia é aleijada.

Krishna o Azul Anegrado

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O Bhagavad-Gita Capítulo dezessete

O Bhagavad-Gita - Capítulo dezessete
Fé Tríplice

Arjuna disse: qual é o modo de devoção daqueles que realizam práticas espiritual com fé, mas que não seguem as injunções escriturais, Ó Krishna?, isto está no modo da bondade, paixão ou ignorância? (17.01).

Três Tipos de Fé

O Senhor Krishna disse: a fé natural nos seres incorporados é de três tipos; bondade, paixão e ignorância. Agora ouça de Mim sobre elas (17.02).

Ó Arjuna, a fé de cada um está de acordo com a própria natureza de cada um, sendo governada pelas impressões kármicas. Conhecemos alguém por sua fé. Podemos nos tornar o que queremos ser, se contemplarmos constantemente naquilo que se desejar com fé (17.03).

Se pode alcançar o sucesso, em qualquer esforço, se perseverarmos com firme determinação (MB 12.153.116). Qualquer coisa que a pessoa com a mente purificada de desejo quiser, conquistará (MuU 3.010.10). O fazedor de boas ações torna-se bom, e o que faz más ações se torna mau. Alguém se torna virtuoso pela virtude que faz, e vicioso por seus atos viciosos (BrU 4.04.05). Uma pessoa se torna aquilo que constante e intensamente pensa, independente das razões, assim como sua inclinação, medo, inveja, amor ou mesmo ódio (BP 11.09.22). Você sempre consegue aquilo pelo qual procura - a consciência u ]ou inconsciência. Os pensamentos produzem ação, e a ação se torna hábito, e os hábitos conduzem ao sucesso de qualquer esforço, quando ele se torna paixão. Tornando-se desejoso sobre o que você quer alcançar, então, você irá alcançar isto. A paixão traz para fora as forças adormecidas dentro de nós.

Nós somos produtos de nossos próprios pensamentos e desejos, e nós somos nossos próprios arquitetos. Os pensamentos criam o nosso destino. Nós nos tornamos no que pensamos. Existe um tremendo poder nos nossos pensamentos para atrair energias positivas ou negativos ao nosso redor. Aonde há um desejo, ali há um caminho. Nós devemos nos refugiar nos pensamentos nobres porque os pensamentos antecedem as ações. Os pensamentos controlam nossos corpos físico, mental, espiritual, financeiro, bem como bem-estar. Jamais permita qualquer pensamento negativo ou desconfiança entrar. Nosso temos tal ironicamente nós falhamos em usá-lo. Se você não possui o que você quer, você não está comprometido com ele em um por cento. Você é a causa de tudo o que acontece com você. Você não deve esperar uma vida muito melhor se você não der a você o melhor.o sucesso é adquirido por uma série de bem planejados passos, feitos lenta persistentemente. Stephen Covey disse: "o melhor caminho para predizer o futuro é criá-lo". Cada grande realização, uma vez foi considerada impossível. Nunca subestime o poder e potencial da mente humana e do espírito. Muitos livros têm sido escritos e programas motivacionais desenvolvidos para a aplicação prática do poder deste simples mantra do Gita.

As pessoas no modo da bondade adoram os controladores celestes; os que estão no modo da paixão adoram os controladores sobrenaturais e os demônios, e aqueles que estão no modo da ignorância adoram os fantasmas e os espíritos (17.04).

As pessoas ignorantes, de natureza demoníaca, são aquelas que praticam severas austeridades sem seguir as prescrições das escrituras, que estão cheias de hipocrisia e egoísmo, que são impelidas pela força dos desejos e apegos, e que de forma insensata torturam seus corpos e também a Mim que resido dentro de seus corpos (17.05-06).

Três Tipos de Alimentos

O alimento preferido por todos nós é também de três tipos. Assim são o sacrifício, a austeridade e a caridade. Ouça agora a distinção entre eles (17.07).

Os alimentos que promovem a longevidade, a virtude, a força, a saúde, a alegria, e que são gostosos e suculentos, macios, substanciais e nutritivos estão no modo da bondade. As pessoas que gostam deste alimentos estão no modo da bondade (17.08).

Devemos comer os alimentos para proteger e sustentar a vida, assim como um paciente toma remédios para proteger-se de usa doenças (MB 12.212.14). Não importa o que uma pessoa coma, a sua deidade pessoal come o mesmo (VR 2.104.15). Veja, também, o Bhagavad-gita 8.24. Porque, Eu sou Vós e vós sois Eu (BS 3.3.37). O alimento que nós comemos é divido em três constituintes. A parte grosseira transforma-se em fezes; os componentes médios transformam-se em gordura, sangue, medula e ossos. O Sêmen, a parte sutil, sobe e alimenta o cérebro e os órgãos sutis do corpo, unindo-se a força vital (ChU 6.05.01 - 6.06.020). O alimento é chamado de raízes da árvore do corpo. Um corpo e uma mente saudáveis são os pré-requisitos para o sucesso na vida espiritual. A mente será saudável se o corpo for saudável. As pessoas no modo da bondade gostam de alimentos vegetarianos. Alguém pode também tornar-se uma pessoa nobre por tomar alimentos vegetarianos, porque nos tornamos naquilo que comemos.

As pessoas no modo da paixão gostam de alimentos que são muito amargos, azedos, salgados, picantes, secos e ardentes, e causam dor, sofrimento e doença (17.09).

As pessoas no modo da ignorância gostam de alimentos que são rançosos, pútridos, podres, restos, e impuros (semelhante à carne e o álcool) (17.10).

A pureza da mente vem da pureza do alimento. A verdade é revelada para uma mente pura. Fica-se livre de todo o cativeiro após conhecer a verdade (ChU 7.26.02). Apostas, intoxicação, sexo ilícito e o ato de comer carnes é uma tendência negativa natural dos seres humanos, mas o abster-se destas quatro atividades é divino. Deve-se evitar estes quatro degraus do pecado (BP 1.17.38). Abster-se de comer carnes é equivalente a realização de milhares de sacrifícios sagrados (MS 5.53-36).

Três Tipos de Sacrifícios

Os Sacrifícios impostos pelas escrituras, e realizados sem o desejo pelos frutos, com uma firme crença e convicção que ele é uma obrigação, está no modo da bondade (7.11).

O sacrifício que é realizado apenas para mostrar e tem em vista os frutos, está no modo da paixão, Ó Arjuna (7.12).

O sacrifício que é realizado sem seguir as escrituras, no qual não se distribui alimentos, e é destituído de mantra, fé e presentes, diz-se que está no modo da ignorância (17.13).

Uma disciplina espiritual ou sacrifício é incompleto sem um mantra, e um mantra é incompleto sem uma disciplina espiritual (DB 7.35.60).

Austeridades em Pensamentos, Palavras e Ações

A adoração dos controladores celestes, o sacerdote, o guru, e o sábio; pureza, honestidade, celibato, e não-violência - estes são ditos como sendo austeridade de ação (17.14).

O discurso que não é ofensivo, verdadeiro, agradável, benéfico, e é usado para a leitura regular em voz alta das escrituras é chamado de austeridade da palavra (17.15).

O caminho da verdade é o caminho do progresso espiritual. Os Upanishads dizem: apenas a verdade vence, não a inverdade. A verdade é o caminho divino pelo qual os sábios, que estão livres dos desejos, acendem à Suprema Morada (Um 3.01.06). Ser verdadeiro é o desejável. Falar o que é benéfico é melhor do que falar a verdade. Esse que traz um grande benefício para a pessoa é a verdade real (MB 12.329.13). A real verdade é a qual produz o máximo de benefício para a pessoa. O que causa danos a uma pessoa de qualquer modo é falso e errado - embora isso possa aparentar ser verdadeiro num primeiro momento (MB 3.209.04). Pode-se mentir para proteger a verdade, mas não se deve falar a verdade para proteger uma mentira.

Uma pessoa sábia fala a verdade se ela é benéfica, e fica quieta se ela causa danos. Devemos falar a verdade benéfica se ela for agradável ou desagradável. Palavras de conforto não-benéfico, como as bajulações, devem ser evitadas (VP 3.12.44). Uma fala agradável é benéfica para todos. Aquele que fala palavras agradáveis ganha o coração de todos e é querido por todo o mundo (MB 12.84.04). o ferimento infligido por palavras ásperas é muito difícil de curar. O sábio jamais deve causar sofrimento, machucando de forma semelhante os outros (MB 5.34.80). A doçura das palavras e a calma da mente são as marcas de um yogi verdadeiro (Swami Atmananda Giri). Alguém talvez minta - se isso tornar-se absolutamente necessário - para proteger a vida, a propriedade, e a retidão (Dharma); durante o namoro, e para conseguir um casamento (MB 12.109.19). O marido e a sua esposa devem tentar melhorar e ajudar o desenvolvimento um do outro com o frágil cuidado amoroso, como uma vaca purifica seu bezerro lambendo-o. Suas palavras e um para com o outro devem ser doces, como se fossem mergulhadas no mel (AV 3.30.01-02).

A verdade está na raiz de todas as nobres virtudes. Deve-se oferecer o pilão da manteiga da verdade com uma proteção prazerosa de cobertura de açúcar. Use de sinceridade com cortesia e evite a lisonja. Fale sempre o que é benéfico, verdadeiro e doce. De acordo com a Bíblia: não é o que sai da boa que faz alguém sujo; mas especialmente o que sai dela (Mateus 15.11). O falar é reflexão verbal da personalidade de alguém, seu pensamento e sua mente; portanto, nós preferimos o silêncio do que qualquer coisa negativa. A abstinência de palavras que causam danos é muito importante.

A austeridade de pensamentos inclui a serenidade da mente, suavidade, tranqüilidade, auto-controle, e pureza de pensamentos (17.16).

Três Tipos de Austeridade

O que foi mencionado acima, tríplice austeridade (de pensamentos, palavras e ações), é praticado pelos yogis com fé suprema sem o desejo pelos frutos, e é dito que está no modo da bondade (17.17).

A não-violência, verdade, perdão, bondade, e controle da mente é dos sentidos é considerado austeridade pelo sábio (MB 12.79.18). Não pode ser puro de palavras ou de ações sem se ser puro de pensamentos.

A austeridade que é feita para ganhar respeito, honra, reverência, ou com o propósito de mostrar proveito, em resultados incertos e temporários, é dito que está no modo da paixão (17.18).

A austeridade realizada com imprudente teimosia ou com a tola auto-tortura ou para causar danos nos outros, é dito que está no modo da ignorância (17.19).

Três Tipos de Caridade

A caridade que é dada no lugar e tempo corretos, como uma matéria de obrigação, para um merecido pretendente, que nada quer de retorno, é considerada como sendo no modo da bondade (17.20).

A caridade no modo da bondade é mais purificante, benéfica, e um ato justo. Ela igualmente tanto qualifica o que dá como o que recebe (MB 13.120.16). Se você der uma caridade ou um presente, vigie-se a si próprio, dando atenção aos seus motivos velados; não procure por qualquer coisa de retorno. Nunca se faz alguma coisa para os outros, mas para o nosso próprio benefício. Mesmo o trabalho em caridade feito para os outros é, realmente, feito para o seu próprio bem (MB 12.292.010). É o doador e não o recebedor quem é abençoado. Yogiraj Mumtaz Ali disse: "Quando você serve uma pessoa menos afortunada de qualquer modo - material ou espiritual - você não está fazendo um favor para ela ou ela. De fato, aquele que recebe a sua ajuda faz para você um favor, pelo aceitar o que você dá, ajudando a você através disso, para desenvolver e movê-lo para mais próximo da divina, e feliz ser, que na realidade está dentro de todos.

A caridade que é dada desnecessariamente - compelida pela ambição de nome ou fama - produz grande dano para aquele que recebe. A caridade imprópria tanto danifica o doador como o receptor (MS 4.1846). Dê qualquer coisa que você possa - amor, conhecimento, ajuda, serviço, oração, alimento, mas não procure nenhum retorno. Amor - a caridade mais barata - segura as chaves para entrar no reino de Deus. Esta caridade não é apenas a melhor, mas também o único uso da riqueza. Portanto, todo o verdadeiro pedido por caridade deverá ser tratado com delicado cuidado e diplomacia, porque a caridade negada pode criar um sentimento negativo que é nocivo.

A caridade não possui valor se o dinheiro é conseguido por meios errados (MB 5.39.66). Obtenção da riqueza por méritos ou doações utilizando-se de meios errados é como sujar a vestimenta de alguém e depois lavá-las. Não sujar a roupa em primeiro lugar é melhor do que lavar a roupa depôs de sujá-la (MB 3.02.49). Você não pode efetuar uma coisa valiosa com meios inadequados. Fins e meios são absolutamente inseparáveis (Stephen Covey). Não é possível ajudar qualquer um dando coisas materiais e dinheiros. Rezar para o bem estar físico e espiritual dos outros, com problemas ou necessidade - incluindo para aqueles que não estão na sua lista de favoritos - é chamado de caridade mental.

A caridade que é dada de má vontade ou que tem em vista alguma coisa de retorno ou olha por algum fruto, é dito que está no modo da paixão (17.21).

Jesus disse: quando você der alguma coisa para uma pessoa necessitada, não faça alarde disto, mas quando você ajudar a uma pessoa necessitada, faça isto de um modo que mesmo seus amigos mais próximos não saibam nada sobre isto (Mateus, 6.02-03). A caridade que é dada anonimamente é a melhor caridade. Para dar caridade para uma pessoa indigna, ou a uma causa, e não dar para uma pessoa digna, é tão ruim como não dar caridade. A caridade que é recebida sem que se tenha pedido por ela é a melhor; a caridade que é obtida quando se pede por ela está em segundo lugar; e a caridade que é dada sem vontade deve ser evitada.

A caridade que é dada em tempo e lugar errados, por pessoas inadequadas ou sem o respectivo pagamento para receber, ou dado com zombaria, é dito que está no modo da ignorância (17.22).

Leve em conta seus semelhantes e tenha compaixão com aqueles que são menos afortunados que você. A caridade deve ser dada sem humilhar quem a recebe. A caridade dada com humilhando quem a recebe destrói o seu doador (VR 1.13.33). Devemos sempre nos lembrar que Deus é tanto doador como recebedor.

O Tríplo Nome de Deus

Somente Deus é realidade - OM TAT SAT. As pessoas com qualidades divinas, os Vedas, e sacrifícios (ou serviço abnegado), foram criadas por Deus nos antigos tempos (17.23).

Deste modo, os atos de sacrifício, caridade, e austeridade, prescritos nas escrituras, são sempre iniciados pelo pronunciar de qualquer dos muitos nomes de Deus (como OM, Amem, ou Allah), por aqueles conhecedores do Supremo (17.24).

Os buscadores da salvação realizam vários tipos de sacrifício, caridade, e austeridade expressando: Ele é tudo ou TAT sem pedir nada em troca (17.25).

A palavra "Verdade ou SAT", é usada no sentido de Realidade e bondade. A palavra Verdade é também usada para um ato auspicioso, Ó Arjuna (17.26).

Deus, Krishna, ou Cristo são também chamados de Verdade Absoluta.

Fé no sacrifício, caridade, e austeridade também são chamados de Verdade. Serviço abnegado (livre de egoísmo e apegos) que têm como objetivo o Supremo é, na verdade, denominado de Verdade (17.27).

O que quer que seja feito sem fé - quer seja feito com sacrifício, caridade, austeridade ou qualquer outro ato - será imprestável. Não tem valor aqui ou além, Ó Arjuna (17.28).
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Os Três Modos da Natureza Material Capítulo quatorze

O Bhagavad-Gita - Capítulo quatorze
Os Três Modos da Natureza Material
O Senhor Krishna disse: Eu facilitarei a explanação para você do conhecimento supremo, o melhor de todo o conhecimento; conhecendo isso, todos os sábios têm alcançado a salvação (14.01).

Aqueles que pegam refúgio neste conhecimento transcendental alcançam a unidade Comigo, e não nascem no tempo da criação, e nem se atormentam no tempo de dissolução (14.02).

Todos os Seres Nascem da União do Espírito e da Matéria

Minha natureza material é o ventre da criação onde Eu planto a semente da Consciência, da qual todos os seres nascem, Ó Arjuna (ver 9.10) (14.03).

A natureza material, um produto da divina energia cinética (Maya), é a origem do universo inteiro. A natureza material cria as entidades vivas quando a semente do Espírito é semeada para germinar.

Qualquer que seja a forma gerada em todos os diferentes ventres, Ó Arjuna, a natureza material é a mãe cósmica doadora corporal deles, e o Espírito ou Consciência é o pai doador da vida (14.04).

Como os Três Modos da Natureza Material Atam a Alma Espiritual no Corpo

Bondade, atividade, e inércia - estes três modos (ou amarras) da natureza material acorrentam a eterna alma individual no corpo, Ó Arjuna (14.05).

Destes, o modo da bondade é iluminado, e bom, porque ele é puro. O modo da bondade acorrenta a entidade viva pelo apego à felicidade e ao conhecimento, Ó inocente Arjuna (14.06).

Arjuna, saiba que o modo da paixão é caracterizado pelo desejo intenso da gratificação dos sentidos, e é a origem do desejo material e do apego. O modo da paixão acorrenta a entidade viva pelo apego aos frutos do trabalho (14.07).

Saiba, Ó Arjuna, que o modo da ignorância - o enganador da entidade viva - nasce da inércia. O modo da ignorância ata as entidades vivas pela desatenção, preguiça, e pelo dormir demasiado (14.08).

Ó Arjuna, o modo da bondade prende alguém à felicidade do estudo e conhecimento do espírito; o modo da paixão prende à ação; e o modo da ignorância prende por negligência, pelo encobrimento do auto-conhecimento (14.09).

O modo da bondade mantém-nos longe de atos pecaminosos e conduz ao auto-conhecimento e felicidade, mas não é a salvação. O modo da paixão cria forte cativeiro Kármico, e conduz o indivíduo mais distante da liberação. Semelhantes pessoas conhecem as ações corretas e erradas, baseadas em princípios religiosos, mas são inaptas para seguirem-nos, por causa dos seus fortes impulsos de luxúria. O modo da paixão obscurece o real conhecimento do Ser e causa tanto a experiência de prazer como dor nesta vida terrena. Tais pessoas são muito apegadas a riqueza, poder, prestígio, prazeres sexuais, e são muito egoístas e mesquinhas. No modo da ignorância, a pessoa não é capaz de reconhecer a real meta da vida, de distinguir entre a ação certa e errada, e permanece apegada em atividades proibidas e pecaminosas. Tal pessoa é preguiçosa, violenta, carece de inteligência, e não tem interesse no conhecimento espiritual.

Características dos Três Modos da Natureza

A bondade prevalece pela supressão da paixão e da ignorância; a paixão prevalece pela supressão da bondade e da ignorância, e a ignorância prevalece pela supressão da bondade e da paixão, Ó Arjuna (14.10).

Quando a luz do auto-conhecimento ilumina a todos os sentidos no corpo, então será conhecido que a bondade é predominante (14.11).

Os órgãos dos sentidos (nariz, língua, olhos, pele, ouvidos, mente e intelecto) são chamados de portões para o auto-conhecimento no corpo. A mente e o intelecto adquirem interiormente o modo da bondade e se tornam receptivos ao auto-conhecimento, quando os sentidos são purificados pelo serviço, disciplina, e pela prática espiritual. É dito, também, no verso 14.17 que a elevação do auto-conhecimento ocorre na mente quando ela fica firmemente estabelecida no modo da bondade. Enquanto os objetos são vistos com muita clareza na luz, de modo similar, na bondade percebemos e pensamos na perspectiva correta, e os sentidos impróprios se afastam; não há atração na mente por prazeres sexuais quando os sentidos estão iluminados pelo amanhecer da luz do auto-conhecimento.

Ó Arjuna, quando a paixão é predominante, avareza, atividade, tarefas de trabalhos egoístas, inquietação, e excitação aparecem (14.12).

Ó Arjuna, quando a inércia é predominante, a ignorância, inatividade, desatenção e ilusão aparecem (14.13).

Um modo particular da natureza se torna dominante na vida presente devido ao Karma passado. Os três modos abastecem os veículos da transmigração que se carrega na bagagem do Karma, como discutido nos versos seguintes.

Os Três Modos São Também Veículos de Transmigração para a Alma Individual

Aquele que morre quando a bondade é dominante, de bom coração, vai para o céu - o mundo puro dos conhecedores do Supremo (14.14).

Aquele que morre quando a paixão é dominante, renasce ligado a ação (ou ao utilitário). Aquele que morre na ignorância, renasce como uma criatura inferior (14.15).

O fruto da boa ação se diz que é benéfico e puro; o fruto da ação apaixonada é a dor; e o fruto da ação ignorante é a preguiça (14.16).

O auto-conhecimento surge do modo da bondade; a ambição surge do modo da paixão, e a negligência, a ilusão, e a preguiça da mente, surgem do modo da ignorância (14.17).

Aqueles que estão estabelecidos na bondade vão para o paraíso; as pessoas na paixão, renascem no mundo mortal; e os desinteressados, residentes no modo da ignorância, dirigem-se aos planetas infernais, ou adquirem nascimento como criaturas inferiores (dependendo do degrau de suas ignorâncias) (14.18).

Alcança-se o Nirvana Após Transcender os Três Modos da Natureza Material

Quando os videntes percebem não serem os fazedores de outra coisa, a não ser dos três modos da natureza material (Gunas), e conhecem o Supremo, o qual está acima e além destes modos, então, eles alcançam o Nirvana ou a salvação (ver 3.27; 5.09 e 13.29) (14.19).

As leis kármicas amarram àquele que não crê que o Senhor controla tudo e que considera a si mesmo o executor, desfrutador e o proprietário (BP 6.12.12). O poder de fazer todas as ações, boas e más, procedem de Deus, mas nós, no final das contas, somos os responsáveis por nossas ações, porque nós, também, temos o poder para raciocinar. Deus deu-nos o poder para realizar trabalho; de qualquer modo, nós somos livres para usar o poder de modo errado ou correto, e nos tornarmos livres ou aprisionados.

O bom Senhor dá-nos apenas a faculdade para agir; Ele não é responsável pelas ações de alguém. É de acordo com o indivíduo a decisão de como agir. Esta decisão é controlada pelos modos da natureza material, e é governado pelo nosso karma passado. Aqueles que entendem esta propriedade conhecem como agir e não culpam a Deus por suas desgraças ou sentem ciúmes pela sorte dos outros.

Devido à ignorância criada pela energia ilusória (Maya), alguém se considera a si mesmo o executor e, conseqüentemente, torna-se amarrado pelo karma, e submete-se a transmigração (BP 11.11.10). Não importa se alguém declara ou mesmo pensa a si mesmo como o fazedor das coisas, ele assume a função de um executor da ação, tornando-se responsável por ela (karma), e é pego na intrincada rede kármica da transmigração.

Quando alguém se ergue por sobre, ou transcende, os três modos da natureza material, que origina o corpo, alcança a imortalidade ou salvação, e fica livre da dor do nascimento, velhice e morte (14.20).

O Processo de Erguer-se por Sobre os Três Modos da Natureza Material

Arjuna disse: quais são os sinais daqueles que têm transcendido os três modos da natureza material, e qual é o comportamento deles? Como faz alguém que transcende estes três modos da natureza material, Ó Krishna? (14.21).

O Senhor Krishna disse: transcende os modos da natureza material quem nunca odeia a presença do esclarecimento, atividade, e ilusão, e nem os deseja quando eles estão ausentes; quem permanece como uma testemunha sem ser afetada pelos modos da natureza material; quem se mantém firmemente ligado ao Senhor sem vacilar - pensando que somente os modos da natureza material estão operando (14.22-23).

E aquele que depende do Senhor, e é indiferente a dor e ao prazer; a quem um montinho de terra, uma pedra e o ouro lhe são iguais, e para quem a amizade e a inimizade lhe são iguais; quem tem a mente firme; quem é tranqüilo na crítica e no elogio, e indiferente na honra e na desonra; quem é imparcial para o com o amigo e o inimigo; e quem renunciou o sentimento de executor da ação (14.24-25).

O guru Nanak disse: aquele que obedece a vontade de Deus com prazer é livre e sábio; ouro e pedra, dor e prazer, são iguais apenas para esta pessoa.

As Correntes dos Três Modos da Natureza são Cortadas pelo Amor Devocional

Aquele que serve a Mim com amor, e com devoção inabaláveis, transcende os três modos da natureza material e adequa-se ao Nirvana (ver 7.14 e 15.19).

Devoção inabalável é definida como o amor devocional no qual alguém faz sem depender de qualquer outra pessoa, mas apenas de Deus para tudo.

O modo da bondade é a fase superior da escada que conduz a verdade, mas ela não é a verdade como tal. Os três modos da natureza material têm de ser transcendidos, passo a passo. Primeiro, deve-se superar os modos da ignorância e da paixão, e ficarmos firmes no modo da bondade, pelo desenvolvimento de certos valores e seguindo determinadas disciplinas. Então, alguém se torna pronto para superar as dualidades do bem e do mal, dor e prazer, e para elevar-se ao alto plano transcendental, por ir além do modo superior - o modo da bondade.

A prática espiritual e a alimentação vegetariana elevam a mente do modo da ignorância e da paixão, para o plano transcendental da bem-aventurança, onde desaparecem os pares de opostos. O modo da bondade é o resultado natural do profundo pensamento gerado pelo firme entendimento da metafísica. Qualquer pessoa pode facilmente cruzar o oceano da ilusão (Maya), que consiste nos três modos na natureza material, pelo barco da fé firme, da devoção e de amor exclusivo para Deus. Não há outro meio para transcender os três modos da natureza material e alcançar a salvação. Também é dito que qualquer um situado em qualquer um dos três modos da natureza material, podem aproximar-se do plano transcendental pela graça de um genuíno guru autorizado.

Porque Eu sou a origem do Espírito imortal, da eterna ordem cósmica (Dharma), e da bem-aventurança suprema (14.27).

O Ser Supremo é a origem ou a base do Espírito. O Espírito é uma expansão do Ser Supremo. É o Espírito (do Ser Supremo) que dirige o drama cósmico inteiro, e sustenta tudo. Então, o Espírito é também chamado de Ser Supremo, ou o Senhor.

É significativo que o Senhor Krishna jamais usou palavras como "adorando o Deus Supremo", ou "o Absoluto é a base de tudo". Neste verso e em todo o Gita, o Senhor Krishna declarou que Ele é o Espírito Supremo. Krishna significa diferentes coisas para diferentes pessoas. Alguns comentadores consideram Krishna outra coisa que Deus; outros chamam-nO um "Deus Hindu. Para outros, Krishna é um político, um professor, um amante divino, e um diplomata. Para os devotos, Krishna é a incarnação do Absoluto, e o objeto de seu amor. Os leitores devem bem entender e usar os ensinamentos de Krishna nas suas vidas diárias sem ficarem confusos sobre quem é Krishna.





Os Três Modos da Natureza Material
O Senhor Krishna disse: Eu facilitarei a explanação para você do conhecimento supremo, o melhor de todo o conhecimento; conhecendo isso, todos os sábios têm alcançado a salvação (14.01).

Aqueles que pegam refúgio neste conhecimento transcendental alcançam a unidade Comigo, e não nascem no tempo da criação, e nem se atormentam no tempo de dissolução (14.02).

Todos os Seres Nascem da União do Espírito e da Matéria

Minha natureza material é o ventre da criação onde Eu planto a semente da Consciência, da qual todos os seres nascem, Ó Arjuna (ver 9.10) (14.03).

A natureza material, um produto da divina energia cinética (Maya), é a origem do universo inteiro. A natureza material cria as entidades vivas quando a semente do Espírito é semeada para germinar.

Qualquer que seja a forma gerada em todos os diferentes ventres, Ó Arjuna, a natureza material é a mãe cósmica doadora corporal deles, e o Espírito ou Consciência é o pai doador da vida (14.04).

Como os Três Modos da Natureza Material Atam a Alma Espiritual no Corpo

Bondade, atividade, e inércia - estes três modos (ou amarras) da natureza material acorrentam a eterna alma individual no corpo, Ó Arjuna (14.05).

Destes, o modo da bondade é iluminado, e bom, porque ele é puro. O modo da bondade acorrenta a entidade viva pelo apego à felicidade e ao conhecimento, Ó inocente Arjuna (14.06).

Arjuna, saiba que o modo da paixão é caracterizado pelo desejo intenso da gratificação dos sentidos, e é a origem do desejo material e do apego. O modo da paixão acorrenta a entidade viva pelo apego aos frutos do trabalho (14.07).

Saiba, Ó Arjuna, que o modo da ignorância - o enganador da entidade viva - nasce da inércia. O modo da ignorância ata as entidades vivas pela desatenção, preguiça, e pelo dormir demasiado (14.08).

Ó Arjuna, o modo da bondade prende alguém à felicidade do estudo e conhecimento do espírito; o modo da paixão prende à ação; e o modo da ignorância prende por negligência, pelo encobrimento do auto-conhecimento (14.09).

O modo da bondade mantém-nos longe de atos pecaminosos e conduz ao auto-conhecimento e felicidade, mas não é a salvação. O modo da paixão cria forte cativeiro Kármico, e conduz o indivíduo mais distante da liberação. Semelhantes pessoas conhecem as ações corretas e erradas, baseadas em princípios religiosos, mas são inaptas para seguirem-nos, por causa dos seus fortes impulsos de luxúria. O modo da paixão obscurece o real conhecimento do Ser e causa tanto a experiência de prazer como dor nesta vida terrena. Tais pessoas são muito apegadas a riqueza, poder, prestígio, prazeres sexuais, e são muito egoístas e mesquinhas. No modo da ignorância, a pessoa não é capaz de reconhecer a real meta da vida, de distinguir entre a ação certa e errada, e permanece apegada em atividades proibidas e pecaminosas. Tal pessoa é preguiçosa, violenta, carece de inteligência, e não tem interesse no conhecimento espiritual.

Características dos Três Modos da Natureza

A bondade prevalece pela supressão da paixão e da ignorância; a paixão prevalece pela supressão da bondade e da ignorância, e a ignorância prevalece pela supressão da bondade e da paixão, Ó Arjuna (14.10).

Quando a luz do auto-conhecimento ilumina a todos os sentidos no corpo, então será conhecido que a bondade é predominante (14.11).

Os órgãos dos sentidos (nariz, língua, olhos, pele, ouvidos, mente e intelecto) são chamados de portões para o auto-conhecimento no corpo. A mente e o intelecto adquirem interiormente o modo da bondade e se tornam receptivos ao auto-conhecimento, quando os sentidos são purificados pelo serviço, disciplina, e pela prática espiritual. É dito, também, no verso 14.17 que a elevação do auto-conhecimento ocorre na mente quando ela fica firmemente estabelecida no modo da bondade. Enquanto os objetos são vistos com muita clareza na luz, de modo similar, na bondade percebemos e pensamos na perspectiva correta, e os sentidos impróprios se afastam; não há atração na mente por prazeres sexuais quando os sentidos estão iluminados pelo amanhecer da luz do auto-conhecimento.

Ó Arjuna, quando a paixão é predominante, avareza, atividade, tarefas de trabalhos egoístas, inquietação, e excitação aparecem (14.12).

Ó Arjuna, quando a inércia é predominante, a ignorância, inatividade, desatenção e ilusão aparecem (14.13).

Um modo particular da natureza se torna dominante na vida presente devido ao Karma passado. Os três modos abastecem os veículos da transmigração que se carrega na bagagem do Karma, como discutido nos versos seguintes.

Os Três Modos São Também Veículos de Transmigração para a Alma Individual

Aquele que morre quando a bondade é dominante, de bom coração, vai para o céu - o mundo puro dos conhecedores do Supremo (14.14).

Aquele que morre quando a paixão é dominante, renasce ligado a ação (ou ao utilitário). Aquele que morre na ignorância, renasce como uma criatura inferior (14.15).

O fruto da boa ação se diz que é benéfico e puro; o fruto da ação apaixonada é a dor; e o fruto da ação ignorante é a preguiça (14.16).

O auto-conhecimento surge do modo da bondade; a ambição surge do modo da paixão, e a negligência, a ilusão, e a preguiça da mente, surgem do modo da ignorância (14.17).

Aqueles que estão estabelecidos na bondade vão para o paraíso; as pessoas na paixão, renascem no mundo mortal; e os desinteressados, residentes no modo da ignorância, dirigem-se aos planetas infernais, ou adquirem nascimento como criaturas inferiores (dependendo do degrau de suas ignorâncias) (14.18).

Alcança-se o Nirvana Após Transcender os Três Modos da Natureza Material

Quando os videntes percebem não serem os fazedores de outra coisa, a não ser dos três modos da natureza material (Gunas), e conhecem o Supremo, o qual está acima e além destes modos, então, eles alcançam o Nirvana ou a salvação (ver 3.27; 5.09 e 13.29) (14.19).

As leis kármicas amarram àquele que não crê que o Senhor controla tudo e que considera a si mesmo o executor, desfrutador e o proprietário (BP 6.12.12). O poder de fazer todas as ações, boas e más, procedem de Deus, mas nós, no final das contas, somos os responsáveis por nossas ações, porque nós, também, temos o poder para raciocinar. Deus deu-nos o poder para realizar trabalho; de qualquer modo, nós somos livres para usar o poder de modo errado ou correto, e nos tornarmos livres ou aprisionados.

O bom Senhor dá-nos apenas a faculdade para agir; Ele não é responsável pelas ações de alguém. É de acordo com o indivíduo a decisão de como agir. Esta decisão é controlada pelos modos da natureza material, e é governado pelo nosso karma passado. Aqueles que entendem esta propriedade conhecem como agir e não culpam a Deus por suas desgraças ou sentem ciúmes pela sorte dos outros.

Devido à ignorância criada pela energia ilusória (Maya), alguém se considera a si mesmo o executor e, conseqüentemente, torna-se amarrado pelo karma, e submete-se a transmigração (BP 11.11.10). Não importa se alguém declara ou mesmo pensa a si mesmo como o fazedor das coisas, ele assume a função de um executor da ação, tornando-se responsável por ela (karma), e é pego na intrincada rede kármica da transmigração.

Quando alguém se ergue por sobre, ou transcende, os três modos da natureza material, que origina o corpo, alcança a imortalidade ou salvação, e fica livre da dor do nascimento, velhice e morte (14.20).

O Processo de Erguer-se por Sobre os Três Modos da Natureza Material

Arjuna disse: quais são os sinais daqueles que têm transcendido os três modos da natureza material, e qual é o comportamento deles? Como faz alguém que transcende estes três modos da natureza material, Ó Krishna? (14.21).

O Senhor Krishna disse: transcende os modos da natureza material quem nunca odeia a presença do esclarecimento, atividade, e ilusão, e nem os deseja quando eles estão ausentes; quem permanece como uma testemunha sem ser afetada pelos modos da natureza material; quem se mantém firmemente ligado ao Senhor sem vacilar - pensando que somente os modos da natureza material estão operando (14.22-23).

E aquele que depende do Senhor, e é indiferente a dor e ao prazer; a quem um montinho de terra, uma pedra e o ouro lhe são iguais, e para quem a amizade e a inimizade lhe são iguais; quem tem a mente firme; quem é tranqüilo na crítica e no elogio, e indiferente na honra e na desonra; quem é imparcial para o com o amigo e o inimigo; e quem renunciou o sentimento de executor da ação (14.24-25).

O guru Nanak disse: aquele que obedece a vontade de Deus com prazer é livre e sábio; ouro e pedra, dor e prazer, são iguais apenas para esta pessoa.

As Correntes dos Três Modos da Natureza são Cortadas pelo Amor Devocional

Aquele que serve a Mim com amor, e com devoção inabaláveis, transcende os três modos da natureza material e adequa-se ao Nirvana (ver 7.14 e 15.19).

Devoção inabalável é definida como o amor devocional no qual alguém faz sem depender de qualquer outra pessoa, mas apenas de Deus para tudo.

O modo da bondade é a fase superior da escada que conduz a verdade, mas ela não é a verdade como tal. Os três modos da natureza material têm de ser transcendidos, passo a passo. Primeiro, deve-se superar os modos da ignorância e da paixão, e ficarmos firmes no modo da bondade, pelo desenvolvimento de certos valores e seguindo determinadas disciplinas. Então, alguém se torna pronto para superar as dualidades do bem e do mal, dor e prazer, e para elevar-se ao alto plano transcendental, por ir além do modo superior - o modo da bondade.

A prática espiritual e a alimentação vegetariana elevam a mente do modo da ignorância e da paixão, para o plano transcendental da bem-aventurança, onde desaparecem os pares de opostos. O modo da bondade é o resultado natural do profundo pensamento gerado pelo firme entendimento da metafísica. Qualquer pessoa pode facilmente cruzar o oceano da ilusão (Maya), que consiste nos três modos na natureza material, pelo barco da fé firme, da devoção e de amor exclusivo para Deus. Não há outro meio para transcender os três modos da natureza material e alcançar a salvação. Também é dito que qualquer um situado em qualquer um dos três modos da natureza material, podem aproximar-se do plano transcendental pela graça de um genuíno guru autorizado.

Porque Eu sou a origem do Espírito imortal, da eterna ordem cósmica (Dharma), e da bem-aventurança suprema (14.27).

O Ser Supremo é a origem ou a base do Espírito. O Espírito é uma expansão do Ser Supremo. É o Espírito (do Ser Supremo) que dirige o drama cósmico inteiro, e sustenta tudo. Então, o Espírito é também chamado de Ser Supremo, ou o Senhor.

É significativo que o Senhor Krishna jamais usou palavras como "adorando o Deus Supremo", ou "o Absoluto é a base de tudo". Neste verso e em todo o Gita, o Senhor Krishna declarou que Ele é o Espírito Supremo. Krishna significa diferentes coisas para diferentes pessoas. Alguns comentadores consideram Krishna outra coisa que Deus; outros chamam-nO um "Deus Hindu. Para outros, Krishna é um político, um professor, um amante divino, e um diplomata. Para os devotos, Krishna é a incarnação do Absoluto, e o objeto de seu amor. Os leitores devem bem entender e usar os ensinamentos de Krishna nas suas vidas diárias sem ficarem confusos sobre quem é Krishna.